Luana Daltro
2 min readOct 10, 2020

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Olá, Leonardo! Tudo bem? Muito obrigada pelas tuas palavras e pelos questionamentos, realmente foram excelentes. Sobre teus apontamentos, a inclusão de pardos na categoria pretos passaria passa pela miscigenação do país, tendo em vista que este processo foi pensado para embranquecer a população, logo, o acréscimo estaria relacinada à esta origem. Contudo, concordo contigo em relação à amplitude da etnia, que poderia e pode não contemplar todos os traços e cores. Mas não foi meu intuito colocar o pardo como um negro de pele clara, pois não é, se transpareceu isto no meu texto, preciso ajustar. No entanto, vale ressaltar que nesta categoria não estariam os descentes de indígenas, pois vejo que estariam dentro da etnia indígena. Quando tu diz que estas pessoas não podem ser descendentes por não virem dos povos nativos, então, as pessoas negras no brasil não poderiam se autodesclarar de tal forma, sendo que não sabemos sua origem. Você não acha? Em relação às pessoas brancas, é o único ponto que discordo de você, pois escutei muiiitos relatos para escrever este texto, e em sua maioria, para não dizer todos, as pessoas pardas me relataram o racismo que sofriam, uma discriminação por traços fenótipos distantes de características brancas.

Abaixo respondo tuas perguntas isoladas:

“Não seria incorreto querer classificar como negras estas pessoas (que em nada se parecem negras)?” Sim.

“Não seria incorreto afirmarmos que 55% da população é negra, sendo que este número, artificialmente inflado, está incluindo pardos de origem indígena que não são lidos como negros?” É que na verdade, este número considera o que falei no texto, 56% população preta considerando negros e pardos. Partindo do pressuposto que há esta divisão dentro da categoria, e tendo em vista que a maioria da população brasileira não é branca, não vejo como um número inflado, mas, uma amostra que demonstra a racialização de um país que nega sua identidade, sabe.

Espero ter contribuído ☺

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Luana Daltro
Luana Daltro

Written by Luana Daltro

Relações-Públicas e Entusiasta da negritude. ig: @ludaltro_

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